Respeitarei

Respeitei as doze formigas que, em fila indiana caminhavam perdidas pelas táboas do assoalho de meu quarto.
Respeitei a procisão solene que, dia seguinte, atravessou a cozinha e perdeu-se no túnel escuro escavado sob a rozeira, na grama do jardim. Respeito hoje, o batalhão que me carrega, presa subjugada, e me enfia, sem cerimônias, na boca do formigueiro. Respeitarão as formigas minha condição de refém?
(Ludmila)

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