Amar

 
 
 
“A gente reclama muito da dependência, mas como é maravilhosa a dependência, confiar no outro, confiar no outro a ponto de não somente repartir a memória, mas repartir as fantasias. 
Confiar no outro a ponto de esquecer quem se foi assim que o outro esteja junto, é talvez chegar em casa e contar seu dia e só sentir que teve um dia quando a gente conta como foi. 
É como se o ouvido da outra pessoa fosse nossos olhos. 
Amar é uma confissão. 
Amar é justamente quando um sussurro funciona melhor que um grito. 
Amar é não ter vergonha de nossas dúvidas, é falar uma bobagem e ainda se sentir importante. 
É lavar louça e nunca estar sozinho. É arrumar a cama e nunca estar sozinho. 
É aquela vontade danada de andar de mãos dadas durante o dia e de pés dados durante a noite.”

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